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Tecnologia e sustentabilidade revolucionam a mandiocultura no Sudoeste Baiano - O Sistema é Bruto

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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Tecnologia e sustentabilidade revolucionam a mandiocultura no Sudoeste Baiano

A mandiocultura do sudoeste baiano está passando por uma revolução impulsionada pela utilização de novas tecnologias e sustentabilidade. Lá, milhares de agricultores familiares estão experimentando uma nova era de garantia de renda e crescimento da produção. Isso foi possível devido à parceria estratégica firmada entre o Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), a Cooperativa Mista dos Produtores de Mandioca e Derivados da Região do Rio Gavião e Serra Geral (Cooperman), a Cooperativa Mista Agropecuária de Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia e a Fecularia Conquista.

O arranjo produtivo foi estabelecido para fortalecer a base produtiva da Cooperman, como também ampliar as ações da Rede de Multiplicação e Transferência de Manivas-Semente de Mandioca com Qualidade Genética e Fitossanitária (Rede Reniva) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que dará origem a um projeto piloto da ação Raízes da Bahia, que será lançada, em breve, pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

Fotos: Geraldo Carvalho

Segundo o especialista em Mandiocultura da CAR, André Lordelo, a estratégia de multiplicação de material propagativo renova a base produtiva da cooperativa, garantindo matéria-prima para agroindústrias financiadas pela CAR. “Em uma área de 40 hectares, serão produzidos materiais para implantar 120 hectares no primeiro ano e 600 hectares até o sexto ano. As mudas do maniveiro são fornecidas pelo Instituto Biofábrica, assegurando alta produtividade e sanidade vegetal”.

Geração de Empregos e Renda

Considerado um modelo pioneiro no Brasil, a Fecularia Conquista já gerou mais de três mil empregos diretos e indiretos na região. Os produtores são incentivados a realizar tratos culturais em suas áreas e são remunerados com base no trabalho e rendimento, promovendo assim a economia local mais dinâmica e sustentável.

Para o presidente da Cooperman, Paulo Sérgio, a cooperativa tem apostado muito nesse projeto. “Ainda este ano, vamos implantar 150 hectares de mandioca com as manivas desse maniveiro. São manivas de qualidade, totalmente livres de qualquer praga e doença, que vão para o campo para poder aumentar a produtividade dos nossos agricultores e, assim, trazer mais qualidade de vida. Porque quando se produz mais, mais renda a gente leva para o campo. Essa é a importância dessa parceria, de sempre fortalecer a nossa base produtiva, que são nossos agricultores, que é a base da cooperativa”.

Fotos: Geraldo Carvalho

A fecularia, que atende, aproximadamente, 50 municípios da Bahia, retomou suas atividades em 2019, expandindo sua capacidade de processamento de raízes de 100 para 250 toneladas por dia. Essa ampliação permitiu aos produtores locais direcionar sua produção para o processamento da fécula, antes restrito à produção de farinha, seguindo rigorosos padrões de qualidade antes da comercialização em sacas de 25 kg e 40 kg.

A parceria com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) contribui para a definição das variedades de mandioca cultivadas, enquanto os estudantes realizam pesquisas que apoiam o desenvolvimento contínuo do projeto.

Compromisso com a Sustentabilidade

Além de promover o desenvolvimento econômico, a Fecularia Conquista também se destaca pelo compromisso com a sustentabilidade. Seu processo autossustentável inclui a reutilização da água como biofertilizante e a produção de energia limpa através do biogás.

Fotos: Geraldo Carvalho

Lordelo explica o processo de produção da fécula de mandioca, em que a raiz é processada para extrair o leite (fécula), resultando na separação da fibra e da água vegetal. “A casca é destinada à ração animal, enquanto a água produzida na extração do amido é utilizada para gerar gás metano, empregado na secagem da fécula. O resíduo é decomposto por bactérias metanogênicas para produzir mais metano, usado como fonte de calor. Por fim, a água residual torna-se um biofertilizante aplicado na área do maniveiro para implantação de novas áreas de produção de mandioca”.

Fonte: Ascom/CAR

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