A Polícia Militar da Bahia conduziu, na manhã deste domingo (27), um grupo de pessoas envolvidas em um flagrante de compra de votos em Camaçari. A ação aconteceu no Posto Xangô, localizado na avenida Luiz Gonzaga, 517, e resultou na apreensão de motociclistas que portavam material de campanha do candidato a prefeito Flávio Matos (União Brasil), identificado pelo número 44. Vestidos predominantemente de azul, os envolvidos exibiam adesivos e bandeiras do candidato, evidenciando a ligação direta com a campanha.
A polícia encontrou vales de R$ 30,00 para abastecimento de combustível, apresentados pelos motociclistas no posto. Esse tipo de prática é considerado crime eleitoral, configurando abuso de poder econômico e corrupção, com a possibilidade de impugnação da candidatura. A legislação eleitoral brasileira proíbe expressamente a oferta de vale-gasolina ou qualquer benefício financeiro em troca de votos, buscando garantir a legitimidade do processo eleitoral e o livre exercício do voto.
Ainda neste domingo, uma operação policial resultou na interceptação de dez ônibus que realizavam transporte irregular de eleitores rumo às zonas eleitorais de Camaçari. Durante a abordagem, foi constatado que os passageiros haviam recebido R$ 130 como incentivo para participarem da ação, além da exigência de trajarem camisas azuis em apoio ao candidato Flávio Matos.
Segundo a legislação eleitoral, o transporte de eleitores por partidos ou candidatos no dia da eleição constitui crime, sujeito a pena de reclusão de quatro a seis anos, além de multa. A operação foi motivada por denúncias e áudios que indicavam a estruturação do esquema. Em um dos áudios apreendidos, uma voz anuncia: “São 1000 vagas… Horário, né? 5h30, 6 horas”, confirmando a organização por trás da atividade ilícita.
As investigações seguem em andamento para identificar todos os envolvidos e esclarecer a extensão do esquema. A operação policial faz parte dos esforços de fiscalização do pleito municipal de 2024, com o objetivo de assegurar a integridade do processo eleitoral e coibir tentativas de manipulação de votos.