Entre 2021 e 2024, os governos petistas investiram cerca de R$ 370 milhões em contratos com empresas privadas que administram unidades prisionais na Bahia. De acordo com dados da Transparência Bahia, divulgados pelo governo Jerônimo Rodrigues (PT), esses recursos foram destinados a três empresas responsáveis pela cogestão de presídios no estado: Socializa Empreendimentos e Serviços de Manutenção, Reviver Administração Prisional Privada LTDA e MAP Sistemas de Serviços LTDA.
A Socializa, que opera quatro unidades, recebeu R$ 66,25 milhões durante o período analisado. A Reviver, responsável por outros quatro conjuntos penais, foi a que mais recebeu, com um total de R$ 239,17 milhões. Já a MAP, que administra dois presídios e teve os primeiros registros de contratos em 2022, recebeu R$ 64,28 milhões até 2024.
Esses valores representam cerca de 50% dos investimentos destinados à gestão prisional no estado, segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Penais e Servidores Penitenciários da Bahia (SINPPSPEB), Reivon Pimentel. Ele criticou o modelo de cogestão adotado pelo estado:
“Enquanto a gestão plena, na qual nós atuamos, vem sendo sucateada durante quase duas décadas, o governo investe metade dos recursos nessas unidades terceirizadas. E mesmo em estruturas novas e modernas, ocorrem fugas”, disse Pimentel, ao mencionar o caso recente no Conjunto Penal de Barreiras.
Fuga de detentos em Barreiras
No último dia 6, sete detentos fugiram do Conjunto Penal de Barreiras, que é gerido pela Socializa e recebeu R$ 5,38 milhões do governo estadual apenas no primeiro trimestre de 2024. O caso trouxe à tona críticas sobre a eficácia do modelo terceirizado.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia (Seap) afirmou que ainda investiga as circunstâncias da fuga. A Polícia Civil informou que está em busca de seis fugitivos e que as investigações permanecem em andamento.