A Polícia Civil realiza trabalhos de buscas na represa Barragem do Cobre, no bairro de Pirajá, em Salvador, na manhã desta sexta-feira (6), pelos corpos de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz, trabalhadores de um ferro-velho que estão desaparecidos desde o dia 4 de novembro. Em entrevista ao BNews, o delegado Nelis Araújo, responsável pelas investigações, explicou que a denúncia que levou a polícia até o local é a mais concreta até o momento. Além disso, detalhou que equipes estão rodando o estado em busca de Marcelo Batista, dono do ferro-velho que fugiu desde o sumiço dos jovens.
“Estamos trabalhando em vários locais, inclusive equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estão rodando pelo interior da Bahia com informações para executar a prisão do autor [Marcelo Batista, dono do ferro-velho]. Estamos com pedidos e aguardando respostas para que todos os envolvidos sejam encontrados pela Justiça”, declarou.
Ainda de acordo com Nelis Araújo, as buscas foram adiadas para esta semana pois a barragem ficou inapropriada para o trabalho dos mergulhadores por conta das chuvas que caíram na capital baiana.
“Hoje nós vamos concretizar a diligência que aguardávamos um tempo melhor para realizar. Já fizemos diligências em outros locais que as pessoas denunciaram, outros locais que as pessoas ligaram denunciando que seria provável local de descarte, mas temos aqui uma consolidação maior, porque, segundo informações, Marcelo chegou a frequentar esse lugar”, disse.
Ajuda de terceiro
No dia 12 de novembro, equipes da Polícia Civil encontraram um carro com manchas de sangue em uma loja especializada em veículos de alto padrão, na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Segundo o delegado, um homem identificado como Leo Mendes foi o responsável por deixar o carro no local e, desta forma, ajudado Marcelo a tentar ocultar provas do crime.
“Na sequência da execução das vítimas, Marcelo Batista da Silva encontra Leo Mendes em Lauro de Freitas, e trocam veículos. Leo Mendes fica responsável pela troca do veículo no sentido de adulterar, retirar carpete, forro, estofamento. É uma demanda excessiva, ninguém faz isso simplesmente por nada, mas nós entendemos hoje que foi feito para maquiar o deslocamento dos corpos das vítimas. Ele emprestou o veículo dele para que Marcelo saísse de Salvador”, explicou o delegado.